segunda-feira, 5 de abril de 2010

balbucio

Tome pluma suave em mãos, pode ser algodão, pode ser tecido, pode ser algo limpo de qualquer acidez,
Friccione na pele, estanque o suor, que tem cor de sangue, atente para o tamanho da ferida,isto parece sempre importar,

perceba, no toque seguinte, que tanto faz
ela sara,
o corpo por si tem força,
o corpo fica procurando a luz para poder enxergar
o corpo sabe sempre que encontra,
enquanto o clarão não vir cegar o que vê,

O suor com cor de sangue, cansado de escorrer, coagula,
mas antes, a pluma de algodão, tão branco de querer tanto limpar,
limpa,
estanca e se borra todo de borra latente,

borrado de odor de corpo, não serve para mais nada,
o corpo serve,
serve de novo para começar.

Embora ainda tema,
com um tanto de medo que quase o paralisa,
ele prossegue,
vai ele cheio de uma bravura que não compreende tão bem que tem,
segue até o medo passar.

Ele não tem escrúpulos é um desalentado,
um estúpido
um esculpido
como um esperto
e tem uma hora que esta ordem se inverte,
chega o socorro,
o solovanco da vida transforma tudo num passo suave,
num passe de circo as cortinas são vermelhas,

e eu só lembro de amanhã.

2 comentários:

  1. como dizer um palavra ou várias, um balbuciar de forma simples.
    suas palavras são encanto e paixão.

    valdir

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