Poesia é texto de quem não quer ser alcançado, somente lido.
Poético pode ser aquilo que não quer ser concreto.
É vontade de quem quer fazer do sentido mera afirmação de um sisudo qualquer.
Escrever pode ser para a divagação e esta é a aquilo que defino como versão.
Os versos têm neles uma brincadeira própria de quem escreve,
Só a mente que pilota o teclado é capaz de saber o desafio.
A métrica sai torta porque o intuito é um novo arranjo, com enfeites velados.
Quem se aventura a ler, deve saber que é alguém estranho,
Pois perde seu tempo com algo que não é rentável nem faz muito sentido.
Por isso que muitos não leem. Não esses escritos que, como todos, não levam a lugar nenhum.
Abriguei-me e vi que algumas telhas mereciam ser quebradas para que eu visse o céu, visse aqueles pontos brancos na escuridão. Esse espaço pretende trazer de impressões a sensações, de versos a avessos.
segunda-feira, 29 de abril de 2013
domingo, 21 de abril de 2013
Filhos do coração
Viviam de comparar-se. Suportar as análises era difícil até para a pele dona dos olhos que julgavam.
Os ouvidos de quem estava perto não conseguia lidar com aquilo. E os corpos sujeitos, avizinhados, àquela lógica disparavam na mesma direção.
A autonomia da própria vida era roubada, a satisfação teria de ser dada para si mesmo e para o outro que julgava-se habitar os lados de cada um. A vida escrava dos ouvidos, olhos e bocas tornava-se curta e longa, ao mesmo tempo.
Já não se sabia a quem devesse responder. Aquilo era a doença e acreditava-se que tudo que viesse dali poderia ser chamado de amor. Poderia até ser, porque de amor andam chamando tudo e qualquer coisa.
Era perceptível os transgressores. Eles eram os mais comparados e, naturalmente, os mais mencionados. Era a vida pras respostas mais deliciosa de se olhar. Encher os lábios de palavras de profundidade e soberania só era possível se uma dupla pareasse e um alvo fosse ruim o suficiente. Os transgressores vinham com suas vidas, o bem mais precioso que tinham, dar voz a mente absoluta dos que conquistaram coisas que o tempo costuma tornar possível.
Era assim, assim que as a violência ficava morando dentro das casas, dentro das mentes. Destruindo a maneira de se ver, as relações de afeto, a esperança tranquila de corações filhos da misericórdia divina.
Os ouvidos de quem estava perto não conseguia lidar com aquilo. E os corpos sujeitos, avizinhados, àquela lógica disparavam na mesma direção.
A autonomia da própria vida era roubada, a satisfação teria de ser dada para si mesmo e para o outro que julgava-se habitar os lados de cada um. A vida escrava dos ouvidos, olhos e bocas tornava-se curta e longa, ao mesmo tempo.
Já não se sabia a quem devesse responder. Aquilo era a doença e acreditava-se que tudo que viesse dali poderia ser chamado de amor. Poderia até ser, porque de amor andam chamando tudo e qualquer coisa.
Era perceptível os transgressores. Eles eram os mais comparados e, naturalmente, os mais mencionados. Era a vida pras respostas mais deliciosa de se olhar. Encher os lábios de palavras de profundidade e soberania só era possível se uma dupla pareasse e um alvo fosse ruim o suficiente. Os transgressores vinham com suas vidas, o bem mais precioso que tinham, dar voz a mente absoluta dos que conquistaram coisas que o tempo costuma tornar possível.
Era assim, assim que as a violência ficava morando dentro das casas, dentro das mentes. Destruindo a maneira de se ver, as relações de afeto, a esperança tranquila de corações filhos da misericórdia divina.
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