quinta-feira, 21 de maio de 2009

Sobrepondo

Coloquei primeiro um nome,
depois assobiei bem alto, desde os 8 anos estou aprendendo.

apaguei uma vela bem em cima do papel,
cuspi com tudo que vinha de dentro

joguei areia, pisotiei.

O escarro era para fazer-se ir o que vem lá de dentro
A pisadela era para não ter passos da posteridade amargados
o assobio era para espantar maus espirítos.

a vela foi antes apagada pra chama da paixão se ir
antes da mandinga ser desfeita pelo mesmo fogo, agora renovado.
O que desfez papel foi chama de amor durmido dentro de mim,

Como pão durmido é duro e dormir pra mim nunca foi fácil,
preciso de chama forte para sempre me acender.
Acordar também não é meu forte,
meu forte é voar.

7 comentários:

  1. caralho, márlia. demias ese poema. a pimeira estrofe e lembrou um filme com o benício murilo acruz penélope. la é cozinheira ele galinha. há algo de mandinga. um filme belíssimo de arte.

    mas isso aqui >>
    "O que desfez papel foi chama de amor durmido dentro de mim,

    Como pão durmido é duro e dormir pra mim nunca foi fácil,
    preciso de chama forte para sempre me acender.
    Acordar também não é meu forte,
    meu forte é voar."
    ... bate direto em mim. eu vo(u)o :)

    beijo.

    ResponderExcluir
  2. Nina: espero que ela não cozinhe ele no final do filme. Galinhas na minha casa acabam na panela, sempre.

    Sabemos que pra voar temos que rir das peripécias dos dias e fazer o podre e rico de nós sair..senão não tem graça, sem graça se vive no chão mesmo.

    Ainda bem que tu voa, não vejo muitos pássaros esta hora do dia.

    ResponderExcluir
  3. Escatológico! Rs.
    Compreendi bem...
    Muita tristeza compartilhada, não é mesmo?

    ResponderExcluir
  4. Legal, gostei bastante!
    Se puder da um'olhada no meu blog...
    Bjs

    ResponderExcluir
  5. Este comentário foi removido pelo autor.

    ResponderExcluir
  6. Este comentário foi removido pelo autor.

    ResponderExcluir
  7. Márlia,


    Ritual de auto-exorcismo realizado com elegância.



    Beijos,






    Marcelo.

    ResponderExcluir