Acorde todo dia de manhã, com o Sol já conseguindo abafar seu sonho, tornando-o pesadelo,
Desça escadas com fome, encontre geladeira sem ordem, com muito e nada.
Beba a mesma água de sempre, em goles barulhentos, porque não há companhia pra lhe medir,
Pise seus pés compridos sobre pétalas de flores brancas,
Macio.
Siga à almofada, cadeira branca sob onça,
o vermelho é onde ficam os pés.
E comece
Digira, ouse, tenha fé.
Tenha medo de fazer, porque você sabe que quando faz algo é pra valer,
Tenha medo de acertar demais,
De propor coisas que nunca se havia pensado antes,
Tenha medo do sono,
das spiders que se escondem aqui e ali.
tenha medo da má sorte de ouvir o sacerdote das lamúrias.
Faça, mas só faça até você terminar
E tenha medo de engordar, de enfeiar, de surtar,
Só não me venha com este medo de ousar.
Ouse e vá à praia,
de preferência àquela no meio de pessoas simples,
aquilo faz tua alma bem.
Ouse para todos os lados, para cima e em cima.
Goze, ame, acorde com quem lhe apoia,
Deixe as palavras para o papel e os gestos para a vida,
Precipite-se junto com as águas e faça as palavras molharem,
porque elas aguçam sentidos e enxarcam a alma,
explicam o mundo
e tangenciam a sanidade
Não pare
Desespere-se.
Risque, amace, apague, isto tudo é papel,
é coisa reciclável.
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